PF investiga suposto esquema de venda de presentes da presidência na gestão Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (11/08) em São Paulo (SP), Niterói (RJ) e Brasília (DF) nos endereços dos ex-ajudantes de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro Osmar Crivelatti, Mauro César Cid e o seu pai Mauro Lourena Cid e do advogado da família do ex-presidente Federick Wassef
Eles são alvos de uma investigação sobre um suposto esquema de peculato, onde vendiam presentes de outros países dados ao governo brasileiro durante a gestão Bolsonaro
A PF ainda pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro
Em áudio obtido pela PF, Coronel Mauro Cid diz em mensagem à Marcelo Câmara que não conseguiria vender duas esculturas doadas pelo governo do Bahrein, uma palmeira e outra de navio, pois não eram de ouro
"aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro (...) Então eu não estou conseguindo vender. Tem um cara aqui que pediu para dar uma olhada mais detalhada para ver o quanto pode ofertar (...) eu preciso deixar a peça lá (...) pra ele poder dar o orçamento. Então eu vou fazer isso, vou deixar a peça com ele hoje (...).”
Em uma foto obtida na investigação, o pai do coronel Mauro Cid aparece no reflexo da escultura. A foto faria parte da negociação da venda do objeto
Ainda em áudio, Mauro Cid diz à Marcelo Câmara que seu pai estaria com US $ 25 mil (o equivalente a R$ 122 mil) que de acordo com a PF, o valor seria do ex-presidente. No áudio, Mauro Cid demonstra preocupação em enviar o dinheiro por meio de transação bancária e propõe a entrega em dinheiro vivo:
"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (...)"
Câmara responde dizendo: "Melhor trazer em cash"
Em nota, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro diz que o mesmo "jamais apropiou-se ou desviou quaisquer bens públicos" e que "em meados de março" devolveram os ites "voluntariamente". Vale lembrar que naquele mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o ex-chefe do executivo devolvesse itens da Arábia Saudita, sendo eles um kit com relógio e jóias
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